A fé cristã
“Sendo edificados sobre a fundação dos apóstolos e profetas,
sendo Jesus Cristo mesmo a pedra fundamental.” – Ef 2:20
Em geral, quando se fala em Cristianismo, a primeira reação é fazer uma associação com a Igreja Católica Romana ou, como tem se tornado comum em nosso país, com a igreja evangélica. Este comportamento é, em certo grau, inevitável. Entretanto, esta é uma identificação errônea, à medida que a igreja, como instituição humana, seja ela de que confissão for, não tem condições de apresentar a mensagem de Cristo de maneira perfeita. Em outras palavras, a igreja (e por extensão os cristãos) possui a mensagem de Cristo, mas não é a fonte primária de sua revelação. A única fonte capaz de fundamentar o Cristianismo é a Bíblia.
Usamos aqui o termo Cristianismo Bíblico justamente para enfatizar que não tratamos aqui da tradição católica, protestante, ortodoxa, espírita ou qualquer outra forma de cristianismo que possa existir no mundo, mas daquele descrito nos livros e cartas que compõem a segunda metade da Bíblia, o Novo Testamento. A razão para esta ênfase é óbvia: cada corrente cristã, indistintamente, acabou por adequar a mensagem de Cristo à sua realidade e, por vezes, às suas necessidades e vontades. Por conseguinte, criou-se uma religião dita “cristã” que, via de regra, afasta-se abruptamente da doutrina ensinada por Jesus Cristo. Assim, temos que ao invés de “amar o próximo como a si mesmo” (Mt 22.39), os cristãos matam-se entre si; ao invés de cobiçar as coisas que são do alto (Mt 6.20), os líderes cobiçam o dinheiro de seus “fiéis”; ao invés de ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5.13), a igreja imerge a sociedade nas trevas e condena aqueles que deveria salvar. Na página de artigos analisaremos o quanto cada denominação cristã se aproxima ou se afasta da mensagem original de Cristo, conforme está contida nas Escrituras Sagradas.
Não estamos aqui empreendendo uma tentativa de criar mais um “cristianismo”, como se o mundo precisasse de mais um. Ao contrário, nosso objetivo é trazer ao conhecimento de todos a pura doutrina cristã bíblica, demonstrando através de fatos e argumentos que:
- A Bíblia é digna de confiança;
- A revelação bíblica é suficiente para a fé cristã;
- Todas as dissenções cristãs são fruto do abandono ou desconhecimento das Escrituras;
- É possível alcançar a unidade cristã através da Verdade revelada;
- O cristianismo institucionalizado não representa Cristo.
Esta última afirmação provavelmente é a mais controversa. Muitos poderão até mesmo afirmar que ela é contrária ao próprio ensino bíblico de que a igreja é a representante de Cristo na terra, sendo o seu corpo. Entretanto, refiro-me aqui especificamente ao cristianismo institucionalizado. Assim como existe uma igreja física e outra espiritual – ou seja, há a igreja composta de toda sorte de pessoas, salvas e não salvas e existe a igreja real, composta dos verdadeiros discípulos, aqueles que nasceram de novo e serão salvos da ira vindoura -, sendo que a espiritual está contida na física, mas não o contrário, assim também existe um cristianismo verdadeiro, pautado nos ensinos de Cristo, que está na contra-mão do mundo, e o cristianismo dos papas, o dos paipóstolos, o das igrejas-empresa, dos impérios religiosos. Infelizmente, este é o cristianismo mais em evidência e, consequentemente, é o cristianismo que a maioria das pessoas refuta como atrasado, corrupto, burro e falsário. Este sistema, com certeza, não condiz com a doutrina de Cristo e muito menos é endossada por ele.
Ao longo da história temos vários exemplos de ações do cristianimo institucionalizado que contribuíram para que o verdadeiro cristianismo viesse a ser reputado como algo nocivo. No século IV, quando o imperador Constantino “converteu-se” ao cristianismo, iniciou-se uma tremenda corrupção da fé: os cidadãos do império romano foram obrigados a se tornarem cristão sem ao menos terem crido em Jesus; o imperador começou a conceder regalias ao “clero” (não existia isso no cristianismo de Jesus), formando aliança entre a igreja e o Estado; em consequencia disso, o imperador passou a presidir os concílios dos bispos, sendo que ele não tinha nenhuma autoridade espiritual para isso. Mais tarde, a igreja romana assumiu o posto do imperador, passando a dominar politicamente a Europa, o que levou o mundo ocidental a adentrar no período conhecido como “Idade das Trevas”. A igreja, quando assumiu o poder do mundo, trouxe as trevas… Seria este o cristianismo de Cristo? Em hipótese alguma, justamente porque aqueles que agiram para que tal fato acontecesse não seguiam o cristianismo bíblico de Jesus Cristo, mas uma religião criada por e para eles mesmos, torcendo ou ignorando a verdade ao bel prazer, ou mesmo a desconhecendo.
De lá pra cá muita coisa mudou, enquanto outras permaneceram do mesmo jeito. As igrejas e denominações governadas pelos homens, e que crêem e ensinam o que lhes convém, continuam a blasfemar o nome de Cristo entre os incrédulos, vituperando o suposto salvador de suas vidas. No entanto, pela graça de Deus, nem todos se curvam à vontade do homem, e é fato que, mesmo na Idade das Trevas, houve aqueles que viveram o puro e simples Evangelho de Cristo, que valorizavam e cumpriam a Palavra de Deus revelada na Bíblia. Muitos foram mortos nas fogueiras da “Santa” Inquisição, outros foram mortos pelo zelo cego protestante, enquanto outros tiveram que se refugiar nos ermos dos confins do mundo para não negarem a confissão da Verdade. Assim é que, graças a Deus, o cristianismo bíblico nunca deixou de existir, ainda que no subterrâneo do mundo. [Leia mais sobre a História da Igreja]
Portanto, o verdadeiro cristianismo provém da doutrina de Jesus Cristo e de seus reais ensinamentos. Não existe outra fonte onde podemos encontrar esses ensinamentos a não ser no Novo Testamento da Bíblia e isso se deve a uma razão muito simples: a Bíblia é o único registro apostólico confiável sobre a vida, obra e doutrina de Cristo [leia mais sobre a Bíblia]. É tempo de a igreja verdadeira de Jesus, a igreja espiritual, aquela que é composta pelos nascidos de novo, que foram chamados por Deus, voltar-se para as Escrituras em busca do verdadeiro alimento espiritual. Somente bebendo da fonte bíblica é possível viver uma fé pura, imaculada e genuína; uma fé que, não apenas gera uma vida abundante e abençoada para quem a vive, mas que também impacta o mundo, salvando vidas, libertando os oprimidos e transformando o mundo.